terça-feira, 10 de julho de 2018

O Nascimento




Fiz 36 semanas de gravidez no dia 26 de dezembro de 2017, mas os sintomas estavam cada vez mais acentuados: a azia era enorme e o peso ao fundo da barriga causava tanto desconforto que mal conseguia andar direita, comecei a sentir que não iria aguentar as 40 semanas, mas nunca imaginei que o meu filho fosse nascer antes do tempo...
Na 5ª feira (28/12/2017), durante as férias de Natal do meu marido, saímos pela manhã para passear e tratar de alguns assuntos relacionados com as licenças  de maternidade/paternidade, mas com o passar do dia as dores ao fundo da barriga estavam a incomodar-me bastante, então o meu marido insistiu para irmos à maternidade ver se estava tudo bem. Lá fomos e como pensei que não iria acontecer nada de mais, levei apenas a mala da sala de partos, as restantes ficaram em casa.
Na maternidade, estive algum tempo na sala onde nos colocam as cintas para ouvir o coração do bebé e perceber se estamos a ter contracções, lá me disseram que estava tudo bem e que não tinha contracções, fiquei aliviada e pensei que brevemente me viria embora, mas quando fui atendida pela médica esta fez-me o exame de toque (o qual me doeu tanto que nem consigo descrever tal dor), e disse que estava com 3cm de dilatação e que já não iria para casa, porque podia entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Disse também que, como ainda não tinha o tempo todo teria que tomar duas doses de uma vacina para desenvolver os pulmões do bebé, a primeira dose seria tomada naquele momento e a segunda passado 12 horas (mas que o bebé poderia nascer antes das 12 horas). Quando percebi que iria ficar internada, entrei em choque, nunca imaginei que tal acontecesse porque me tinham dito que não tinha contracções. O que me deixou mais calma foi que, como iria ficar na sala de partos, o meu marido podia ficar comigo.
Tomei a primeira dose da vacina às 00:00 do dia 29/12/2017, durante a noite estive com as cintas na barriga para ouvir os batimentos do coração do bebé e medir as contracções. Posso dizer que passei uma noite horrível, as cintas apertavam-me imenso a barriga e causavam-me muito desconforto, além de que tinha que estar deitada e não me deixavam ir à casa de banho (para não terem que estar sempre a tirar as cintas). Só queria vir-me embora e cheguei a perguntar se não podia faze-lo, ao que me responderam que para ir embora tinha que assinar um termo de responsabilidade porque podia entrar em trabalho de parto a qualquer momento,  mas como eu não acreditava que isso fosse acontecer, disse ao meu marido que no dia seguinte iria dizer que me vinha embora e assinaria o que fosse necessário.
Durante a noite voltaram a fazer-me o exame de toque, mas não tinha havido evolução, estava na mesma com 3cm de dilatação e outra médica disse-me que o bebé poderia até não nascer naquele dia, se continuasse com a mesma dilatação até à 2ª dose da vacina, provavelmente poderia vir embora, sem problema, pois muitas grávidas fazem essa dilatação antes do tempo e o bebé só nasce na altura certa. Esta explicação ainda me deixou mais convicta que não era a hora do meu bebé nascer e que no dia seguinte me viria embora.
Sentia imensa vontade de ir à casa de banho, mas apenas me deixaram ir duas vezes, porque não queriam estar sempre a tirar-me as cintas, então diziam que tinha de fazer na aparadeira, como não conseguia, a pressão na barriga era enorme e não consegui pregar olho.
Durante a manhã avisaram-me que a nova equipa ia entrar às 9 horas e que iria ser reavaliada nessa altura, naquele momento disse para o meu marido que ia dizer que me vinha embora, que não iria ficar naquele martírio mais tempo mas, qual não foi o meu espanto quando, por volta das 9 horas, senti algo como um pontapé forte do meu bebé e fiquei toda molhada, virei-me para o meu marido e disse "acho que me rebentaram as águas", chamamos a enfermeira (já do novo turno) que me examinou e confirmou que tinha havida de facto o rompimento, que o meu filho iria nascer. Fiquei em pânico, cheia de medo e ansiedade, nunca imaginei que o meu filho já fosse nascer.
Enquanto esperava pela anestesia, as contracções foram chegando, ficando cada vez mais fortes, é uma dor que não consigo descrever. Por volta das 10 horas tomei a anestesia (epidural), custou-me bastante porque a anestesista tinha que parar cada vez que vinha uma contracção e também porque não sou adepta de agulhas e esta era bem forte...
Depois da epidural, as dores das contracções foram aliviando e a anestesista explicou que, cada vez que começasse a sentir alguma dor, para carregar num botão que lá tinha, esse faria com que fosse libertada mais uma dose da anestesia e ficaria melhor. Já não tinha quase dores, mas conseguia acompanhar as contracções através do monitor que as media, tive contracções de 100, mas como tinha anestesia sentia muito pouco.
A determinada altura o médico veio colocar no soro algo para acelerar o parto. Aos poucos a enfermeira ia vendo a evolução da minha dilatação. Por volta das 12 horas chamei a enfermeira porque comecei a sentir um peso ao fundo (a anestesista explicou-me que quando isso acontecesse era porque o bebé estava pronto para nascer). Depois da enfermeira me examinar, disse que estava na hora e foi chamar o resto da equipa e eu fiquei imensamente nervosa, lembro-me que o mu marido me perguntou se estava com frio pois tremia imenso.
Quando a equipa chegou vestiram-me uma espécie de calças em cada perna e de resto fiquei totalmente exposta, algo que considerei muito evasivo porque não queria que o meu marido visse, mas nesta situação foi quase impossible.
Em seguida mandaram-me puxar como se estivesse na casa de banho, puxei, puxei, mas não sentia nenhuma dor, apenas aquela pressão no fundo, continuava a puxar e disseram que o bebé saía e voltava a entrar, até que a determinada altura o médico mandou "avançar", não percebi o que iria acontecer, mas disseram-me para puxar com toda a força apenas quando eles dissessem, assim o fiz  e naquele momento senti o meu bebe a sair da zona abaixo das minhas costelas e, em seguida ouvi o seu choro. Foi um grande alívio quando vi o meu filho, a enfermeira disse "aqui está o seu filho", olhei para ele e naquele momento nasceu dentro de mim um grande amor, dei-lhe dois beijinhos e disse "olá meu amor". Enquanto me coziam, e tratavam dele, eu e o meu marido ficamos a olhar para o nosso príncipe os dois a chorar, sabíamos que a nossa vida ia mudar a partir daquele dia, mas estávamos completamente rendidos aquele pequeno ser. 
Algo que nunca irei esquecer foi que o meu bebé só parou de chorar no momento que o colocaram em cima de mim, ele percebeu que estava novamente seguro.
O nosso príncipe nasceu às 12:57 do dia 29/12/2017, foi tirado com a ventosa, nos primeiros dias ficou com um inchaço na parte de trás da cabeça, mas com o tempo desapareceu (graças a Deus), pesava 3.160 kg e media 48.5 cm. Não parecia um bebé prematuro mas como tinha 36 semanas e 3 dias dias foi considerado prematuro e, graças a Deus que, apesar de não ter tido tempo de levar a 2ª dose da vacina para os pulmões o meu bebé nasceu saudável :)

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Diário Terceiro Trimestre Gravidez


O terceiro trimestre de gravidez iniciou com o exame à glicose, este consiste em beber um liquido muito doce  e ir fazendo análises ao sangue (passado um tempo especifico) para ver o nível de açúcar, assim consegue saber-se se temos diabetes gestacionais. Falaram-me horrores do exame, que é muito difícil conseguir beber o liquido e não passar mal e se isso acontecer, temos que repetir o exame em outro dia, mas no meu caso correu bem custou um pouco a beber, mas tapei o nariz e bebi tudo de uma vez, para não saborear e consegui aguentar. O que mais custou foi o tempo de espera para fazer as análises. Graças a Deus, o resultado deu negativo, não ganhei diabetes gestacionais.
Outro exame que fiz, foi o exame do cotonete, que consiste em recolher uma amostra de liquido junto ao anus, de forma a detetar se temos uma bactéria, que pode causar complicações para o recém nascido. Este teste também deu negativo.
Iniciamos também as aulas para o parto, onde aprendemos vários tipos de respirações para aliviar as dores na hora do parto, tiramos dúvidas relativas tanto ao parto como à amamentação e aos cuidados com o bebé.
Com 30 semanas fizemos a ultima ecografia morfológica e ficamos a saber que o nosso bébé já tinha 1800 kg, segundo a técnica , se continuasse assim, ia ser um bebé grande, mas também nos aliviou, dizendo que estava tudo bem com ele.
Fizemos também 2 ecografias 4D, mas o nosso bebé "não queria nada connosco", estava sempre a esconder a carinha e quase não deixou que vissemos o rosto dele.
Os sintomas nesta fase foram bastante fortes, tive imensa azia e ao mesmo tempo imensa fome, por vezes quando estava a comer sentia-me melhor,mas logo quando terminava a azia voltava e era uma sensação horrível, antes da gravidez nunca tinha grandes sintomas de azia, mas na gravidez tive quase sempre, principalmente no último trimestre, para aliviar tomava o kompensan, mas não melhorava muito. 
Outro dos sintomas que piorou foi a pressão na bexiga, esta era tão forte que até andar de carro nos paralelos,me fazia pressão, a pressão ficou tão forte que mais para o fim, tinha que andar quase curvada e a minha vontade era estar sempre em casa, porque quando saía sentia-me desconfortável e como também sentia muita sede, bebia muita agua e mais pressão tinha .Sem dúvida, este foi dos piores sintomas que senti.
O bebé começou cada vez a mexer-se mais, principalmente à noite e isso aleado à grande barriga e à imensa vontade de urinar, levaram a que dormisse muito pouco de noite, por vezes, a melhor forma de conseguir descansar era no sofá, durante o dia, talvez conseguisse adormecer por causa do formato do sofá.
Às 30 semanas também fizemos uma sessão fotográfica de grávida, foi muito bonita, apesar de estar redonda e de já não me sentir nada sensual, preparei-me para a sessão e senti-me muito bonita com a minha grande barriga :) aconselho a todas as grávidas a fazerem porque é um momento mágico. Não fiz chá de bebé, não senti necessidade, mas a sessão de fotos não abri mão e não me arrependo, tenho fotos lindas, que guardarei para sempre.
Foi nesta altura, que começamos a preparar o quarto do baby, optamos pelas cores cinza e azul turquesa.
Por último, a escolha do nome do nosso príncipe, também foi feita nesta altura, inicialmente o pai queria Rafael, mas eu sempre gostei de Rodrigo e depois a madrinha do baby (minha irmã) também falou que seria bonito fazer uma homenagem ao nosso avô, já falecido, e colocar o nome Duarte, que era o segundo nome dele. Após falarmos, eu e o meu marido, chegamos à conclusão que Rodrigo era o nome que iria encaixar perfeitamente no nosso principle e para não esquecer a homenagem e acatar a ideia da madrinha colocamos Duarte, como segundo nome, assim o nosso príncipe iria chamar-se Rodrigo Duarte Ferreira Babo 😃